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dando corda
00:42Faz tempo que eu devia este texto para mim. Durante meses rabisquei em minha mente vários inícios e caminhos, mas não cheguei a executar n...
Faz tempo que eu devia
este texto para mim. Durante meses rabisquei em minha mente vários inícios e
caminhos, mas não cheguei a executar nenhum. Nas ideias, um pouco sobre a diferença
entre trabalhar de casa e em uma casa foram um dos motes
cogitados. Mas, no fundo, eu percebi que
falar do espaço não tinha tanta importância. Afinal, eu queria mesmo era falar
do sentimento de colocar o pé na estrada, de tomar um novo rumo, que desta vez
me trazia mais sentido. Nos dois significados.
Os motivos para a uma
mudança são infindáveis e sair da zona de conforto não é fácil.
Apesar do discurso bonito de que ter seu próprio negócio te
realiza e lhe traz conquistas pessoais e profissionais, eu tive também outro
fator motivador: a idade.
Sim. Ela está chegando. E perceber que com (quase) 25 anos eu
não havia conquistado nada de concreto na minha vida, soava desesperador. Aliás,
desesperador mesmo era ver projetos bacanas sendo realizados por pessoas cada
vez mais novas e engajadas, e eu ali tentando achar um tempo para não ficar
para trás.
Mas tem uma coisa que toda mudança traz: maturidade. E,
mesmo com o tempo passando, eu percebi que aquele era o menor dos meus problemas.
Posso dizer que hoje eu sei o que significa um dinheiro suado, a importância que
tem a palavra ‘cobrança’ e o real valor do trabalho.
Dou o maior ponto para os profissionais que entram no seu
ambiente de trabalho, executam a sua função (por mais criativa e prazerosa que
seja) e que no final do dia vão embora para suas casas ou outras atividades.
Mas, eu tiro mesmo o meu chapéu é para aqueles que fazem esta roda girar, até
porque, além de tempo, isso demanda muita habilidade.
Colocar uma empresa para andar e gerenciar uma estrutura
(humana e física) para que tudo funcione para todo mundo não é fácil. Mas
também, ninguém me disse que era.
Ousadia e confiança.
Muitas vezes me senti atrevida dando este passo, mas foi
prestando atenção que percebi que em muitos casos a ousadia também fazia parte
do negócio. E no meu negócio, onde duas pessoas precisam ser muitas, se não pudéssemos
contar com certo atrevimento, ai não teria feijão certo no final do mês.
Além disso, tivemos que contar com muita confiança.
Se confiar já é difícil, imagina em si mesmo?
Mas confiamos. Em poucos, em palavras e apostas. Em amigos,
parceiros e neste caminho.
E é por estas e outras que podemos dizer que chegamos. A um
sentido, a um começo.
Que mal há nisso?
Damario da Cruz |