casos pessoais
desculpas engordam
01:20
Usadas não só para validar nossas ausências em determinados compromissos, as desculpas também justificam outros dos nossos comportamentos frequentes.
Dieta somente nas segundas, cerveja porque hoje é sexta-feira e amanhã todo mundo irá parar de fumar são algumas destas desculpas clássicas, para não dizer esfarrapadas, que saem de nossa boca.
Se analisarmos bem este discurso vamos perceber que muitas destas justificativas são direcionadas muito mais para a gente do que para os outros, como teoricamente deveria ser. E olhando por este ângulo, pergunto: quem ganha com este atraso todo?
Certamente não é nosso corpo, mente ou coração. Pelo menos, não os meus.
Cansada de dar desculpas genéricas para o meu tripé, optei por me colocar em primeiro lugar desta vez. E, com esta decisão, acredito que meu desempenho pessoal e profissional vai ter uma nova realidade.
Aprendi, que por mais que eu queira, não posso abraçar o mundo. Mas sei que preciso abraçar bem forte o que (e quem) eu posso e amo, pois este é meu jeito de levar a vida. Os desafios são bem vindos nessa fase, que me pede menos desculpas, mais cuidado e uma pitada de respostas.
Não posso prometer começar um regime ou evitar um happy hour no final de semana. Odeio dietas, rigidez e tudo que implica contar calorias ou gramas ingeridas. E contrariando a muitos, eu realmente gosto de frutas e saladas, por isso não me custa voltar a acrescentar estas opções no meu cardápio diário.
E por mais que adore dormir, prefiro acordar cedo e voltar a surfar ou andar na orla, do que frequentar um ambiente onde todos disputam um tempo por um aparelho. Preciso do meu tempo e não o dos outros.
Desculpas? Para mim não. Quando a gente passa a encarar novos pontos de vista para seguir adiante com uma decisão, nosso comportamento para tirar as pedras que ficam no meio caminho muda. E eu não vejo mal algum nisso.
Afinal, estou mudando. E nessa mudança não tem espaço para aquelas desculpas que engordam (o corpo, a alma, nem o coração).
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Créditos:
A imagem e título escolhidos para o post é de uma campanha publicitária criada pela agência DM9DBB para o cliente Cia Athletica. Vi as peças esta semana e achei que tinha tudo haver com o texto que estava rabiscando. Adorei o modo como eles refletiram bem esta ‘realidade’.
Redator: Rafael Zoehler
Diretor de arte: André Vervloet
Diretor de arte: André Vervloet
Esclarecendo:
Muitas pessoas me perguntaram se eu tinha abandonado este blog e a resposta continua sendo não. O ‘Que Mal Há Nisso’, além der ser meu xodó, é um reflexo do que eu sou.
O ritmo das postagens é que se tornou outro. Por aqui vamos ter pelo menos um post por mês. E durante estes hiatos vocês podem acompanhar o blog ‘Eu Não Sei Dançar’, onde escrevo 2 a 3 vezes por semana na companhia de duas amigas bem queridas. Lá, a gente aprende a dançar a cada dia com as coisas que aparecem em nossa rotina e vida. Falamos sobre tendências, cultura, posicionamentos e opiniões sobre assuntos que vão desde Iemanjá às famosas desculpas diárias. Vale a pena conferir estas e outras danças nos textos que são postados diariamente no endereço: eunaoseidancar.blogspot.com.
3 comentários
No dia em que me dei conta disso, mudei!
ResponderExcluirTem um poema de Alice Ruiz que é fantástico:
"Quando penso que uma palavra
Pode mudar tudo
Não fico mudo
Mudo
Quando penso que um passo
Descobre o mundo
Não paro o passo
Passo
E assim que passo e mudo
Um novo mundo nasce
Na palavra que penso"
Beijos e boas mudanças! ;)
Muito bonito esse poema! Não tem ligação direta, mas de certa forma me lembrou um trecho de uma música de Gabriel, O Pensador que diz assim:
Excluir"Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente.
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura.
Na mudança de postura a gente fica mais seguro,
na mudança do presente a gente molda o futuro!" =)
Post excelente e verdadeiro! Me identifico totalmente nas suas palavras. As desculpas que damos a nós mesmos são as piores, as que engordam mais. É engraçado como nos sentimos realmente mais leves depois de tirar as pedras do caminho, como perdemos o peso dos empencilhos que nós mesmos colocamos. Parabéns pelo texto!
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