primaveras

Sempre fiz parte do time que adora comemorar aniversários. Contava os meses, dias, segundos quando a data se aproximava. Dormir na vésp...


Sempre fiz parte do time que adora comemorar aniversários. Contava os meses, dias, segundos quando a data se aproximava. Dormir na véspera de completar primaveras era quase impossível. A expectativa se assemelhava a de uma criança em noite de Natal, só que ao invés da espera pelos presentes, a minha ansiedade era para saber quem iria ligar, aparecer para me dar aquele abraço apertado, de quem viriam os votos de felicidades e, principalmente, quais seriam os formatos das declarações de amor e de amizade. E apesar de ser o dia de muita gente, para mim aquele dia era só meu.

Sempre gostei da casa cheia nesta data. E, diferente das nossas festas de crianças, onde cada ano a quantidade de convidados aumentava e geralmente a gente não se dava com todo mundo, com a idade, o número dos presentes eram menor, em compensação, o time era sempre o mesmo. O tempo, que tanto amadurece muitas coisas nesta vida, influencia também nas amizades e relações. Faz com que seus amigos passem a guardar o 'seu' dia no calendário, evitando outros compromissos e já questionando: vamos comemorar aonde desta vez?     

Só que este ano me questiono o que comemoramos. Sem os clichês de que a idade está chegando e que estamos ficando velhos. Afinal, isso é fato consumado e não temos como mudar. O que percebi é que precisamos aprender a viver cada fase, entender cada momento e, principalmente, respeitar o nosso corpo. Porque corpo e mente nunca envelhecem juntos. Parece que cada um, em cada um, vive um processo de amadurecimento diferente, um ritmo pouco casado, o que faz com que as vezes nem a gente se entenda.

Apesar de compreender tudo isso, e de ter sim bons motivos para comemorar, este ano encerro o ciclo cansada. Não de me reunir com os que amo, muito menos dos abraços e demostrações de afeto. Acho que para mim isso nunca vai mudar. O discurso continua o mesmo: sou mais presença do que presentes. Só que desta vez não estou contando nos dedos os dias que faltam, nem criando expectativas diante de uma data. Acredito que já era hora de me renovar e aproveitar o período não só para viver o presente e fazer desejos enquanto a vela se apaga, mas também ir atrás do futuro. De entender como será os próximos anos.   



Créditos de imagem: http://goo.gl/RLcTIU

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4 comentários

  1. Então. Aonde vamos comemorar desta vez? Parabéns pelo texto! O de aniversário só no dia :)

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  2. corpo e mente se desentendem em vários assuntos.
    eu entendo, irmã... vai ficando velhinha e perde a vontade de contar nos dedos, né? hahaha

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  3. Que venha o novo, Ive. E que as portas e janelas estejam abertas para sua chegada!
    Um xêro!

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  4. Acredito que não é bem um cansaço e sim uma calmaria interna, que nos ensina a esperar, a respirar e a compreender o que de fato nos faz feliz. Palavra de quem já passou dos 30 e que está muito querendo comemorar junto contigo essas 17 primaveras =D

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